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sábado, 22 de dezembro de 2012

Sobrevivemos ao fim do mundo

Gostaria de deixar registrado nesse arquivo que o mundo, de fato, não acabou. Daqui a mil anos, quando nossos descendentes estudarem nossa história e a estupidez humana no século XXI, eles podem achar esse post na anciã forma de comunicação chamada internet, e concluírem que nada de mais aconteceu em 21 de dezembro de 2012.

Enfim.

Estou finalmente de férias. Ainda que "férias" não pareça ser o termo mais correto, porque são só duas semanas sem aula. Sendo assim, dia 8 de dezembro todos voltamos para nossos respectivos deveres. Eu, entretanto, voltarei um dia ou dois mais tarde, porque estarei viajando. Yay.

Vou pra Escócia com uma amiga brasileira daqui. Legal, né. Falando nisso, outro dia eu vi um cara de kilt no trem. Ele devia estar morrendo de trio, o pobrezinho. Mas é, vou pra Fort William -que é no norte- esquiar, e depois desso pra Edinburgh, onde encontrarei meu pai pra passar uns dias lá. Bacana, né. Isso depois do ano novo. Vou passar o Natal com a minha host family, e possivelmente o ano novo em Londres.

Alguns dos intercambistas já foram embora para seus respectivos países nesses ultimos dias, o que é extremamente deprimente. Quero dizer. Tem os que foram só pra passar as férias, e tem os que foram pra ficar para todo o sempre. É nesse caso que é deprimente. Uns brasileiros também foram. Tchau pra vocês. Boa viagem. Lembrem-se que ainda estou aqui, desfrutando desse lindo sotaque britânico até junho, graças a Deus.

Na ultima aula de inglês para estrangeiro nós tivemos uma gincana com todas as salas de inglês - o que é muita gente- que envolvia muitas músicas de natal. Se não fosse pelas holandesas no meu grupo, eu não saberia fazer nada. Sério. Nunca tinha ouvido falar das músicas de natal do jogo. Falando nisso, nesse ultimo mês só o que toca aqui em casa e em todas as lojas de Chichester é música de natal. Não aguento mais.

Que mais? Ah, sim. Aparentemente, tá chovendo tanto que muitos lugares estão alagando, e todos os trens atrasam, o que é extremamente irritante. Eu vejo as notícias na TV, e tá tudo alagado. Segundo minha host mom, isso acontece quase todo ano. Então não, não é só no Brasil que as ruas alagam. Se bem que eu não sei se alaga pelos mesmo motivos. Enfim.

A alemã que mora comigo voltou hoje pra Alemanha, e infelizmente eu não pedi pra ela trazer nada pra mim, porque só consigo pensar em duas coisas que a Alemanha tem de tradicional, cerveja e linguiça (linguiça ou salsicha? nem isso eu sei), e nenhuma delas se adequa a mim.

É.

Tchau.



sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Nossa quanto tempo

O pior é que a vida nem anda muito ocupada nem nada. É preguiça mesmo. As vezes eu penso "Nossa, vou lá escrever no blog" mas daí eu penso "Ah, daqui a dez minutos eu vou". Isso por um mês. Procrastinação nota mil.

O que aconteceu nesse ultimo mês? Hmmmm. Nada de muito especial. Dia 11 de novembro teve o Remembrance Day, que é pra lembrar todo mundo que morreu em guerra, aí todo mundo usa uns broches de florzinha e faz dois minutos de silêncio as 11:11 da manhã, se não me engano. Aí eu tava em Londres nesse dia, passando o fim de semana com uma amiga japonesa e uma holandesa. A gente tava na frente do Buckingham Palace, esperando alguma coisa acontecer, mas nada aconteceu. Não lá, pelo menos. Aconteceu uma parada, mas ela não passou lá. E as ruas por onde ela passou estavam lotadas de gente, então nem ficamos lá. PELO LADO BOM, eu vi o príncipe William e a Kate saindo do castelo (pode chamar de castelo? É um castelo? Ou eu chamo de palácio?). Eles estavam num carro que passou bem do meu lado da calçada, daí eu olhei pela janela e pensei: Nossa, parece o Will e a Kate. Será que são eles? Só que ninguém mais tinha reparado, então eu não tinha certeza. However, no dia seguinte eu descobri que eram eles sim, porque reconheci a roupa da Kate numa foto. Legal, né. E embora nós não termos visto a parada no dia 11, a gente viu uma pré-parada no dia 10, que pra falar bem a verdade tinha muita propaganda.






Também houve um dia no College no qual todos os alunos internacionais se organizaram em seus respectivos países, e montaram tipo uma bancada, mostrando fotos, bandeiras, roupas, costumes e mais importante, comida. Nós brasileiros fizemos brigadeiro, pão de queijo e trouxermos guaraná -que vende no super mercado aqui, feito em Portugal, se não me engano. E sim, o gosto é o mesmo. Foi um sucesso. Aqui vai uma foto:

Mas tudo isso foi a um bom tempo atrás. Nessas ultimas semanas eu não fiz nada de útil. Ah, na aula de biologia dissequei um coração de ovelha. Foi super legal. E descobri que provavelmente não vai nevar esse ano, o que é extremamente triste. Aparentemente, não neva muito aqui em Chichester. Até conheço uma inglesa que nunca viu neve.

Tá muito frio. Alguns dias eu acordo e tem uma camada de gelo no chão, o que deixa bem fácil escorregar. Não é legal ir pra escola quando a temperatura é -3. Não mesmo. E eu descobri que sinto muito frio no pé. Assim, muito. No rosto também, mas faz mais sentido, porque eu não uso proteção. Não vou sair por aí de balaclava. Vão achar que sou terrorista.

Os ingleses são fanáticos por Natal. Todas as cidades estão enfeitadas, com luzes nas ruas principais e panz. As casas também, tem várias lotadas de luzinhas e papai noeizinhos. Minha host mom comprou pra mim um calendário, que eles chamam de Advent Calendar, que vai do dia 1 ao dia 24 de dezembro, e em cada dia você abre uma janelinha no calendário e come um chocolate. Aparentemente, eles são bem populares. Eu to até conseguindo me controlar e comer um só por dia. É o espirito natalino.

A arvore de natal aqui em casa é de verdade. Muito emocionante. Nada de arvore de plástico nessa família. Outro dia meu host dad foi pegar as decorações de natal que eles guardam, e tem umas 4 caixas gigantes, cheias de coisa. É um super negócio, esse Natal. Mó grana.

Espero que não tenha escrito nada errado. Se escrevi, é porque fiz esse post com pressa pra acabar logo com isso.

Até





domingo, 4 de novembro de 2012

O que você não sabe sobre a Inglaterra

Ou sei lá. Talvez saiba. Talvez saiba mais do que eu. Fala aí.

Outro dia fez um mês que eu cheguei. Achei engraçado, porque ao mesmo tempo que parece que estou aqui  a muito mais tempo, também parece que eu cheguei ontem.

Mas enfim.

Algumas coisas que eu aprendi aqui, sem qualquer ordem específica:

- As famílias modernas não tomam chá das cinco. É chá o tempo todo mesmo.

- A minha host family, por algum motivo místico, não fala dinner como seres humanos comuns, eles falam supper. E eu chequei. Ninguém fala supper.

- Outro dia eu fui no castelo de Arundel, do duque de Norfolk, e eu li que na Idade Média, o dinner era servido ao meio dia, e era aquela super produção e festança, e supper era servido no fim da tarde, e era alguma coisa mais leve. Tipo pão e chá. Eu acho.

- O tempo aqui é a coisa mais irritante do mundo. Tem dias que você saí de manhã e o céu está lindo, sem nuvens, e quando tá 3 da tarde começa a chover granizo. Tambem tem dia que é feio e fechado pra sempre. É bem instável. E frio.

- Britânicos falam cheers o tempo todo. Não é só quando vão brindar. Cheers é tudo. Obrigada, de nada, aqui está, até mais.

- Lovely também é dito bastante.

- Quando eles querem chamar alguém, eles falam "oi". Sabe, quando por exemplo você tá passando no corredor e eu quero falar com você mas você não me viu. Eu falo "ei". Eles falam "oi".

- Sabe a letra Z? Eu aprendi na escola e com a Xuxa que a pronúncia em inglês é "zi". Mas não. Aqui é "zet".

- A grande maioria dos locais não usa guarda-chuva. Não sei exatamente porque. Talvez eles gostem de se molhar. Talvez queiram parecer legais. Alguns usam casaco à prova d'agua com capuz, mas outros nem isso.

- Tem piriguete na Inglaterra. A grande maioria das meninas aqui usam shorts jeans e meia calça preta por baixo. Só que o shorts é muito curto. Muito curto. Na maioria dos casos dá pra ver metade da bunda das meninas. Sem exageros. É uma beleza. Ah, e eles são de cintura alta.

- As meninas também usam uns 15 quilos de maquiagem na cara. Todo dia, pra ir pra escola. Mais ou menos 5 centímetros de base e pó e umas 40 camadas de rímel. E um pouco de lápis. É.

- Tem trânsito em Chichester. Nas horas do hush, quando os adultos saem pra trabalhar e as crianças, para estudar, as rodovias principais andam devagar.

- As vezes, ao invés de falar pounds, que significa libra, eles falam quid. É informal e não tem plural. Fifty quid = fifty pounds. Também não falam muito pences ou pennies. Eles falam só p. Tipo....pi. 3,14. (Se bem que aqui, o número pi é pronunciado como pie). Five p = five pences.

- Chamam as notas de 5 e de 10 de fiver e tenner. Que também é informal.

Acho que é isso.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Os seres humanos

Como são as pessoas aqui, afinal?

Bem.

Legais.

~Fim~













Agora sério.
Antes de vir para cá, fiz umas sérias sessões de stalkeamento pelo facebook, e conheci umas meninas brasileiras que já tinham feito intercambio aqui, ano passado. Basicamente, eu aprendi que: fazer amizade com ingles é difícil, com estrangeiros é mais fácil, mas com brasileiro nem precisava de esforço.

É verdade.

Antes de viajar eu tinha essa resolução: Não farei amizade com brasileiros.
Não, isso é muito extremo. Era assim: Não andarei só com brasileiros.
Mas falar é facil.

A verdade é que, principalmente por ter chegado depois de todo mundo, fazer amizade não foi assim tão fácil. As pessoas já tinham se conhecido, e já haviam formado seus grupos. É natural que, quando você chega num lugar desconhecido onde falam outra lingua, você se junte àqueles que compartilham sua nacionalidade. É uma coisa em comum! E é bem mais fácil do que tentar falar ingles com alemães, japoneses, holandeses, espanhóis, russos e, é claro, ingleses.

Então eu cheguei e só ficava com brasileiros. A timidez me impediu de falar com os outros,e eu estava consciente disso. Mas, aos poucos eu fui ficando confortável e começava a falar com os outros. E os outros até que são bem simpáticos!

Como todos temos um objetivo em comum, fazer amizade com estrangeiros não é dificil. Todos nós temos uma certa dificuldade com a lingua, portanto a paciência é maior quando você não entende o que alguém diz ou não sabe falar algo.


Agora, os locais....

O problema é o seguinte: São muitos intercambistas. Não é nenhuma novidade, você os vê todo dia. Portanto, não há assim um interesse tão grande por parte dos locais. Os ingleses não saem do lugar deles para ir falar com você, perguntar de onde você é, o que está achando. Imagina, fazer isso com todo mundo que é de fora?
Mas isso não quer dizer que não sejam simpáticos. Nas minhas aulas, quando eu não sei falar alguma coisa ou faço uma pergunta, sempre ajudam. São simpáticos, sim, mas se você quer fazer amizade com algum, quem tem que dar a iniciativa é você.

(Falo como se fosse expert, mas essa é só a minha impressão ok)

A NÃO SER QUE VOCÊ FAÇA TEATRO. Porque artistas são bizarros.
Os ingleses do teatro já chegaram me abraçando, pedindo pra ensinar portugues, brincando desde o primeiro segundo. É. Sorte. Eu gosto. É engraçado.

Hoje no recreio ficamos tentando explicar como é que o Viagra funciona para uma menina japonesa. O que é dificil, já que ela não entendia o que era penis. Dá pra imaginar.

Mas enfim. É isso. E é incrível conversar com gente do mundo inteiro e aprender um pouquinho sobre cada país.

Aliás, já cansei de falar que não falo brasileiro. Sério. É bem comum perguntarem como que fala isso ou aquilo em brasileiro. É.

Perdoem qualquer erro de gramática.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A Escola

A escola é essa, e tem um nome extremamente criativo: http://www.chichester.ac.uk/

Depois de três semanas estudando aí, já tenho uma boa ideia de como as coisas funcionam. Fiz uma lista das coisas boas e das coisas ruins de Chi College:

O que é ruim (os dois primeiros pontos são relativos.)

- Ela é enorme. Tem uns 6 prédios diferentes, duas areas com lanchonetes separadas, muitos campos de esporte, e até metade de um avião (para uns cursos aí). SEIS PRÉDIOS. Até hoje não fui em todos eles, e achar minhas salas no começo foi uma luta.

- Tem MUITOS alunos. Não tenho certeza de quantos. Mas eu chutaria 5 mil. Preciso checar. E MUITOS desses alunos são intercambistas, o que me leva ao próximo motivo:

- Desorganização. Aparentemente, esse anos o numero de intercambistas dobrou. Um exemplo: Ano passado haviam menos de 10 brasileiros. Esse ano tem 30. E o colégio não está sabendo lidar com todo mundo. Não está sabendo MESMO. Principalmente com os brasileiros, já que todos nós precisamos fazer as mesmas matérias, basicamente ( porque o MEC manda).

Então houveram milhares de problemas com as "timetables" de todos os alunos brasileiros. Muitas das aulas estavam cheias (principalmente pra mim, que cheguei depois), então o colégio ignorou as nossas escolhas de matéria e simplesmente nos colocaram onde havia espaço. O que resultou em algumas salas só de brasileiros. Como em Maths e Citizenship. Só brasileiro.

O que não é o que ninguém queria. Vir pra Inglaterra e só ter aula com brasileiro.

Há, entretanto, certos profissionais no colégio do departamento de estudantes internacionais que foram designados para nos ajudar nos nossos problemas. Para algumas pessoas eles não ajudaram muito, mas para mim, sim. Deve ser o meu charme.

Então consegui dar uma certa mudada nas minhas matérias, e minha timetible ficou quase do jeito que eu queria. Minhas aulas, portanto, são:

Maths, Classical Civilisation, English for foreigns, Human Biology e Acting.

Então eu não fiquei assim tão revoltada. No fim.

Tirando esses problemas, a escola até que é bem legal.


O que é bom:

- É enorme. Cada prédio é para uma área: Há um prédio para os A-Levels, um para Performing Arts, uma para o resto das Artes, tem laboratório de impressão e fotografia, estúdio de arte e moda, um prédio para esportes (tem até parede de escalada), e assim vai (digo isso porque não tenho certeza sobre os outros prédios).

- Tem muitos alunos. Sempre dá para fazer novas amizades, é impossível conhecer todo mundo. E tem gente do mundo todo.

-Todas as salas tem projetores, e os professores (que, na minha opinião, são bons) quase não escrevem nada da lousa. Aliás, a maioria dos slides que eles passam nas aulas está disponível no site do colégio, então não há necessidade de copiar tudo. Mas mesmo assim todo mundo copia algumas coisas, adicionando alguns comentários feitos pelos professores.

-Os banheiros são limpos e não fedem.

-Tem muitas opções de comida, embora a maioria não seja muito saudável. Tem até um Subway.

-Quando a aula tem mais de duas horas, sempre há um intervalo de meia hora ou quinze minutos.

-O almoço é de uma hora.

-Há um programa social para alunos internacionais, ou seja: viagens para cidades próximas, filmes, boliche e coisas do gênero.

-Também existe uma espécie de grêmio estudantil, mas eu ainda não tenho muita certeza de como ele funciona.


Acho que é isso. É. Tchau.




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Chichester, baby

Acontece que cheguei nessa linda e simpática cidade no sábado, ao fim da tarde. Vamos recapitular:

SEXTA: Adeus aos coleguinhas e familiares, chororô, avião. (Foi na verdade bem trágico, porque eu chorava na sala de embarque e as pessoas me olhavam torto)

 Não são palhaços.
SÁBADO: Sente na fileira do meio, ao lado de uma família simpática da Goiânia que morava em Brighton ( Na verdade, mãe e filho moravam. Tinha o afilhado junto, que ia fazer intercâmbio). Um moço muito simpático estava na fileira do lado, roncando como se não houvesse amanhã. Sério. Tive que colocar a música no máximo pra conseguir dormir. Não sei como o resto dos passageiros conseguiu. Ele roncava MUITO. ALTO.

Cheguei em Londres às 15h e bolinha e, depois de muita luta pra colocar os monstros que chamamos de mala num carrinho que insistia em só andar pra direita, achei o motorista que me levaria até Chichester. O nome dele é Richard. Digam "Oi, Richard". 




Depois de mais ou menos duas horas, um pouco de trânsito, muitas árvores e colinas, ovelhas, CAVALOS, porcos e e campos, chegamos em casa. TA DAAAAAAAM!
 Os lindos cãos. Daisy e Digby, respectivamente.

Meia hora depois de chegar tive que sair de novo. Estava acontecendo o chamado Harvest Festival. Que é mais ou menos Thanksgiving. Quer dizer, é completamente diferente, mas quase a mesma coisa. Eles agradecem pelas plantações e alimentos e tudo, e têm um grande jantar comunitário na igreja. Foi legal. Fiquei balançando bandeirinhas.


DOMINGO: 

Eu e a intercambista alemã, que está na mesma host family que eu, fomos à Chichester. Para você que está confuso: Não moro em Chichester. Não. Eu moro num vilarejo, do lado da cidade. Há milhares deles, e falando assim parece ser mais longe do que realmente é. São menos de 10 minutos de trem. Enfim, Chichester é uma cidadezinha charmosíssima. Bem inglesa. Com pessoas civilizadas e tudo. E TÃO FOFA. TÃO, TÃO FOFA. 

TÃO


FOFA.


Anyways, na hora do almoço a filha mais nova dos meus host parents, a única que ainda mora aqui, chegou (sei lá onde ela passou o fim de semana). Então foi grande almoço em família, no qual eu agradeci aos céus pelos dons culinários da minha host mom. 

A noite tirei tudo das malas. Deu trabalho.
 
Eu trouxe coisas meio inúteis que ocupam espaço tipo isso.








SEGUNDA:

Então hoje eu fui para o college, mas não tive aula. Ha ha ha, a ironia. Fiz uma prova de aptidão de inglês, para saber em que sala estarei nesses próximos dois dias. Isso mesmo, dois dias. É o tempo que demora até a escola arrumar meu horário de aulas (Maths, Chemestry, Communications and Culture e Citizenship). Os alunos internacionais que chegaram no dia certo tiveram uma semana de aulas só de inglês,  mas para não perder mais aulas ainda eu só terei dois dias. O que é bom. 

Então cheguei em casa encharcada e antes da hora, porque - respectivamente- não comprei um guarda-chuva ainda (quem diria que iria chover?) e não tive aulas propriamente ditas.










É isso.

Para reclamações, sugestões, dúvidas ou comentários, favor usar o espaço abaixo.

(Sério, gente, para de comentar no facebook. É só postar aqui como anônimo - mas por favor se identifique)



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Para os meus amigos

Porque depois da minha festa de despedida merecem um post só pra eles.


        Hoje meu visto chegou e eu de repente percebi que depois de amanhã vou embora para só voltar em nove meses. Mas aí eu ouço: "Nove meses é pouco tempo, vai passar tão rápido!". Acontece que para nós, adolescentes, o tempo passa  mais devagar. Isso, e nós somos dramáticos. Então nove meses de repente viram nove anos. E em nove anos acontece tanta coisa!
      Antes dessa minha festa eu nunca tinha percebido a magnitude da importância de vocês. O tempo que vocês perderam por mim, escrevendo em fotos e comprando presentes (adoro presentes) significa muito. Eu chorava, chorava, e pensava: Tenho muita sorte em ter amigos assim. E eu sei que nem todo mundo tem. O que nós temos é único, e eu espero que essa amizade possa se esticar até a Inglaterra. Tudo bem se ela sofrer uns arranhões, socos, tapas, chutes, facadas, perfurações, mordidas -enfim, tudo bem se ela sofrer um pouco, desde que não acabe de vez.
       Não tenho mais medo de ser esquecida. Vocês mostraram para mim que isso não vai acontecer, o que é um alívio, porque essa insegurança era um buraco enorme na minha alegria do intercâmbio. Quero que saibam que também não vou esquecer nenhum de vocês. Obviamente.
        Tenho certeza absoluta que minhas amizades lá não vão chegar nem aos pés das que eu tenho aqui. É muito diferente. Nós somos um grupo tão unido, duvido que consiga reproduzir isso lá. Nem quero, na verdade. Quero fazer amigos, claro, mas nem tenho a ilusão de que eles serão tão lindos e divos quanto vocês.
      Vocês sabem minhas qualidades e meus defeitos, o que eu gosto e o que eu não gosto e o que eu não sei, e mesmo assim gostam de mim. Isso não é pra qualquer um, porque eu sei que posso ser um porre. Então, obrigada. Muito obrigada mesmo, por me aguentar, me criticar, me abracar (sim, isso mesmo), e me amar. Acima de tudo, obrigada por tirar sarro da minha cabeça anormalmente grande. Adoro isso. Demais.
      Vou sentir muita falta de todos vocês. De cada um e suas manias, suas chatices, suas loucuras. Mas pelo menos eu volto, né? Se o avião não cair e eu não morrer lá, pelo menos.





terça-feira, 18 de setembro de 2012

E o sotaque

(Nota: essa postagem não tem propósito nenhum nem qualquer tipo de informação válida ou útil.)

Hoje eu dei entrada no visto. Vamos todos rezar pra Nossa Senhora da Pressa para que ele saia rápido, e eu parta dessa cidade. A causa da minha ansiedade é a seguinte:

NÃO EXISTE FRIO EM SP. 

Estava conversando com minha amiga galesa - E. - outro dia quando ela disse que iria "have tea". Daí eu pensei: beleza, tá bom, bacana, supimpa, legal. Só que ela não quis dizer o líquido pelo qual os britânicos tem um carinho alarmante, não. Ela quis dizer que iria jantar. Aí você para e pensa: O QUE? 

Exatamente isso que eu pensei. Obviamente,não acreditei e resolvi pesquisar. Quem sabe fosse apenas o jeito galês de falar? Galeses não são normais, então faria sentido. Mas então eu pesquise e achei isso: http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/2012/aug/03/tea-with-grayson-perry-supper-dinner, chegando à conclusão de que a minha amiga E. é do gueto. Brincadeira.

HEY.

Desculpa. É a música que eu estou ouvindo. Ela é linda, e de islandeses que não são a Björk. Aprecie: http://www.youtube.com/watch?v=ghb6eDopW8I   
Meus pêsames se tiver a Gisele Bündchen fazendo propaganda da Oral-B. Aliás, existe pasta de dente de rico?

Depois de descobrir que os britânicos chamam sim o jantar de chá, voltei a explorar o pai Google para tentar achar mais anormalidades. Afinal, não tinha nada melhor para fazer. Mas não achei nada interessante, apenas muitas e muitas listas de expressões e palavras britânicas. Espero aprender mais fatos bizarros sobre o inglês britânico quando chegar em Chichester.

Mas caso haja interesse sobre as tais listas, tem umas aqui. 

http://www.effingpot.com/slang.shtml ( Acho interessante esse aqui:  Bob's your uncle - This is a well used phrase. It is added to the end of sentences a bit like and that's it! For example if you are telling someone how to make that fabulous banoffee pie you just served them, you would tell them to boil the condensed milk for three hours, spread it onto a basic cheesecake base, slice bananas on top, add some whipped double cream, another layer of banana and Bob's your uncle! ---- não volto pro Brasil feliz enquanto não ouvir isso.)


E o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=Ua7nyAaf3pE&feature=related que é engraçado.
Eo vídeo http://www.youtube.com/watch?v=L0ypc4x6teU que é mais engraçado ainda
E o HUGH LAURIE ARRASANDO no show da Ellen http://www.youtube.com/watch?v=wYmrg3owTRE


E tem o adorável Charlie, que não necessita palavras:

http://www.youtube.com/watch?v=sfGf9nk7RTI aprendendo a falar americano



É, não tenho o que fazer. 







segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Aviso: Esse blog não é sobre comida

Achei bom deixar isso bem claro. Com um título desses, não acho difícil se confundir.
Deixa eu explicar.
Passei muito tempo pensando num título, e tinha pensado em "Meu eu inglês", "Meu Chá da Tarde" e até "O dia em que eu saí de casa", sugerido por um indivíduo inteligentíssimo. Mas com nenhum desses fiquei satisfeita. Queria alguma coisa que balanceasse Inglaterra e Brasil, o destino e a origem. É claro que a solução foi comida. Tudo sempre acaba em comida.

A parte do chá inglês é auto-explicativa. É uma verdade universalmente conhecida que na Inglaterra se toma chá. Muito chá. Com leite, nada menos. Você que nunca talvez olhe torto e pense: "Eca, chá com leite, deve ser por isso que todo inglês tem dente torto" ou coisas do gênero. Digo apenas uma coisa: CHÁ COM LEITE É BOM! PROVE. Mas não adianta pegar o Mate Leão sabor limão e jogar um litro de chá dentro, porque não é a mesma coisa. A experiência só é completa com o chá inglês mesmo, tipo o Twinnings, que é fácil de achar por aqui, é só vai uns dois dedinhos de leite. Não, não é meio a meio.




Agora, o mistério: o que diacho é fightadeiro?
Pois bem. Já ouviu falar do English Camp? É uma colônia de férias para crianças e adolescentes no interior de São Paulo, e lá só se fala inglês (em teoria. Com os monitores, pelo menos). Fui camper de lá várias vezes, e acontece que eles traduzem até as comidas para o inglês. Brigadeiro, sendo daqui, não tinha correspondente em inglês. Mas pensa comigo: brigadeiro, certo? Briga em inglês? Fight serve, né? Fechou. Fight + deiro. Colocamos um "a" no meio para soar melhor e pronto, tem-se o fightadeiro.


Aliás, pretendo apresentar minha host family às maravilhas do brigadeiro. Espero que eles gostem.


O que eu estou fazendo aqui

Quando eu digo aqui, quero dizer Aqui No Brasil,e não Aqui No Mundo Qual É A Minha Função No Universo. Porque assim....as aulas em Chichester começam hoje.

SIM.

HOJE, DIA DEZ DE SETEMBRO DE DOIS MIL E DOZE.

ALGUÉM ME CHUTA ATÉ A INGLATERRA, POR FAVOR.

Aí você, que não está muito familiarizado com a minha situação, pergunta: "Mas por que não, minha cara?"
E eu te respondo: Porque a vida é cruel e eu demorei pra nascer.
O que é mais ou menos verdade.
Acontece que o povo britânico é muito quadradão. O visto que eu preciso ter para estudar os nove meses lá na Inglaterra só pode ser tirado quando o indivíduo tem 16 anos. Acontece que eu não tenho 16 anos. Não, não, tenho 15 anos, 11 meses e vinte e oito dias (considerando um mês de trinta dias, espero que isso tenha feito sentido). Portanto, só posso tirar o maldito visto em dois dias.

RESUMINDO: Só viajo em três semanas. Porque o visto demora uma, e existem outros probleminhas aí que vão me atrasar mais umas duas...e a minha passagem está comprada para o dia 28. Tão...longe.......

Agora percebi que essa é a minha primeira publicação e eu não fiz nenhum tipo de apresentação nem nada. Que falta de educação! Devo?

Acontece que estou tão arrasada por estar aqui -digitando no calor escaldante de São Paulo numa tarde de segunda feira- e não lá -saltitando pelos corredores de Chichester College e fazendo milhares de amigos com minhas inigualáveis capacidades de socialização- que nem me passou pela cabeça fazer um post de "olá eu sou a Júlia como vai você?".


É isso. Por enquanto.


É....tchau.