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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Eu estou na Irlanda



Oi.




A Irlanda é legal. Todo mundo diz que o clima é ainda pior que na Grã Bretanha, mas até agora tá fazendo sol. Só porque eu falei isso vai piorar, quer ver. Aliás, eu to com a minha mãe e a gente chegou dia 15, sexta, a noite. É half term na minha escola em Chichester, ou seja, tenho uma semana de férias, portanto cá estou. Na Irlanda.

Acho que tem gente que não sabe que a Irlanda é dividida em duas. Tem a Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, e a Republica da Irlanda, que se tornou independente em 1921. A do Norte é protestante, e a república é católica. Quer dizer, mais ou menos. Mais tarde eu volto a falar disso.

Então eu quero falar sobre o que eu fiz nesses quatro dias em que estive aqui. Preciso escrever hoje mesmo se não eu esqueço, e não quero esquercer nada disso. 

Antes de mais nada, gostaria de dizer que não me acho nenhuma especialista em nada que eu falar a seguir, estou meramente repetindo o que me foi dito, portanto...é. Se quiser acrescentar ou corrigir alguma coisa que eu diga, sinta-se a vontade. Tenho certeza que vou falar alguma coisa errada, porque esse lugar é confuso demais.

ENTÃO, sobre a Republica da  Irlanda. Dublin em particular. Todas as placas estão em inglês e em gaélico irlandês, que aparenta ser uma língua dificílima que a maioria das pessoas nem fala direito. A moeda é euro.

O farol de pedestre tem sinal amarelo. Assim: verde (pode andar), amarelo (corre que tá fechando) e vermelho (não passe). Achei super divertido.

O sotaque é bem peculiar. Na minha opinião, é uma mistura de americano com escocês, mas tem umas coisas particulares (tipo, eles colocam o som "shh" em quase tudo). O da Irlanda do Norte é simplesmente incompreensível.

Quando estavamos no aeroporto, esperando o onibus que vai pra cidade, umas meninas irlandesas viram uma limusine passando e berraram: 

"OH MY GOD IS THAT JUSTIN BIEBER?" 

Daí sairam correndo atrás da limusine. Uma americana que tava ali do lado disse:

"Oh yeah, certainly guys. That's him" 

Então eu fui pesquisar o tour do Justin Bieber pra ver se ele realmente estava vindo para cá, porque estava preocupada com o nível de estupidez daquelas meninas, como se qualquer limusine na rua fosse ter o Justin Bieber dentro. Mas não. Ele fez um show  aqui em Dublin dia 17. Não acredito que perdi. Que pena.

Então, vejamos os lugares que já fomos aqui em Dublin:

Trinity College, fundado pela querida Rainha Elizabeth I e um dos mais prestigiados da Europa.

Templebar, um bairro onde você vai party hard.

O'Donoghue Pub, que é um pub super famoso onde tem música tradicional irlandesa toda noite, e onde a banda The Dubliners começou tocando. Ele é uma gracinha.  











Dublin Castle, que é a maior desculpa pra um castelo que eu já vi. Sério. Que vergonha.

St Stephens' Green, que é um parque bacana.

Grafton Street, que é uma rua legal cheia de loja e artista de rua.

Merrion Square, que tem um parque no meio com uma estátua do Oscar Wilde, porque ele morou ali do lado.

Dublinia, que é um museu divertido sobre a era Viking e a Idade Medieval na Irlanda. Tem um viking fazendo cocô:


Christ Church Cathedral, onde foram filmadas umas cenas de The Tudors e onde há um café na cripta.

E mais uns lugarezinhos não tão interessantes. Tipo o lugar onde os vikings ficaram quando chegaram aqui na ilha. Parece legal, mas na verdade não tem nada pra ver. Só grama. 

Dia 17 foi divertido, porque fomos fazer um tour de ônibus que saiu de Dublin às 6h30 da manhã, o que não foi legal, e ia até o extremo norte da Irlanda do Norte, o ponto principal sendo o Giant's Causeway (Calçada do Gigante), o único patrimônio da humanidade pela UNESCO nas Irlandas. 

O passeio todo na verdade foi na Irlanda do Norte. O único sinal de que a gente atravessou a fronteira foi uma câmera que tinha do lado da estrada. Na volta até teve um pedágio, mas na ida não. Ah, e apareceram bandeiras da Union Jack (vide bandeira do Reino Unido).

Aliás, uma coisa interessante é que, dependendo da cidade, aparecem bandeiras da Irlanda ou do Reino Unido, mostrando o que as pessoas apoiam naquele lugar; se elas estão contentes em ser parte do Reino Unido ou se querem se juntar à Republica da Irlanda.

Antes de chegar no Causeway, nós paramos num lugar chamado Carrick a Rede, que é basicamente uma ponte meio precária feita de corda que liga o litoral à uma ilhota onde costumavam pescar salmão. A graça do lugar é andar na ponte e achar que ela vai virar com a força do vento e você vai cair e morrer.

Quando chegamos no Giant's Causeway eu estava morrendo, porque é no litoral então o caminho é cheio de curvas que me deixaram enjoada. O lugar tem esse nome por causa de uma lenda irlandesa que criaram pra explicar a pecular forma das pedras, antes da ciência.
 
A lenda conta que a "calçada" surgiu das discussões de dois gigantes, um irlandes e um escocês, que trocavam insultos berrando através do canal (tem só uns 20 quilometros). O gigante irlandes, Finn MacCool, ficou tão bravo com o escocês um dia, que resolveu criar uma passagem para chegar até a Escócia e poder brigar com ele como o macho que era. Então ele criou a calçada. Mas quando chegou do outro lado, viu que o outro gigante era o dobro do tamanho dele, aí pensou "Hmmmm, acho que não." e voltou correndo. Mas ele não teve muita sorte, porque o escocês, quando viu a passagem, começou a atravessar. Finn entrou em pânico, porque ele sabia que não ia conseguir ganhar numa briga, mas ele tinha uma esposa esperta. O casal tinha acabado de ter um filho, e ela rapidamente o escondeu e falou para o Finn colocar uma frauda e fazer barulhos de "gugu dada" e entrar no berço do filho, o que ele fez. Quando o escocês chegou, a esposa do Finn falou: "Ah, o Finn já vem, entre aqui e vamos tomar um chá". Quando ele entrou e viu o berço ficou espantado,e perguntou quem era. Ela respondeu "É o nosso filho." O gigante viu aquele bebe enorme, sorrindo beatificamente e fazendo barulhos de "gugu dada", com as pernas e os braços balançando fora do berço, e pensou: "Vish, se o filho é desse tamanho, imagina o pai." Então ele voltou com tanta pressa pra Escócia, que destruiu toda a calçada.

Diga se não faz o maior sentido?

A explicação cientifica não é interessante, então eu não absorvi. Perdão. 

Depois de passar uma horinha brincando nessas pedras divertidas, começamos a jornada de volta, passando as ruínas do que é considerado o castelo mais romântico da Irlanda, o Dunluice Castle, que era do clã McDonnell até que um belo dia no século XVII a cozinha, alguns servos e o jantar despencaram no mar e eles concluíram que não era uma boa ideia morar num castelo num penhasco afinal de contas.
Não fui eu que tirei essa foto.

Paramos em Belfast, a infame capital da Irlanda do Norte. Sabia que foi lá que construiram o Titanic? A pouco tempo abriram um museu sobre ele:

Não fui eu que tirei essa foto.

Em Belfast, tínhamos a opção de dar um rolê na cidade ou fazer um rápido tour de taxi para ver a parte oeste da cidade, que foi mais ou menos a parte central durante o conflito conhecido como The Troubles que tiveram lá por décadas. Pra quem não sabe, e eu não os culpo porque eu mesma não sabia, do fim da décade de 60 até o fim da década de 90,  Belfast era repleta de terroristas, polícia e helicópteros.

Eu não sei o que exatamente foi o estopim dessa guerra, mas creio que basicamente era o seguinte: os católicos não estavam satisfeitos em morar num país protestante, seguindo regras e obedecendo protestantes que faziam tudo para favorecer os outros protestantes. Eles queriam se juntar à Republica da Irlanda, mas os protestantes obviamente queriam continuar a ser parte do Reino Unido. Eu digo “queriam” mas creio que ainda querem. Um tratado de paz foi assinado em 1998, mas eu não tenho certeza do que ele dizia. Alguém?

Sabe quando eu disse que dependendo da cidade, bandeiras da Irlanda e do Reino Unido são içadas? Pois bem, em Belfast depende do bairro. Na parte oeste foi construído um muro chamado de Muro da Paz, num bairro residencial onde moravam católicos de um lado e protestantes do outro, para que eles parassem de jogar granadas, bombas e derivados uns aos outros. Dá para ver na imagem abaixo que tiverem que adicionar partes ao muro original, porque aparentemente as pessoas conseguiam jogar coisas mais alto do que eles esperavam.
Aliás, dava pra escrever num pedaço do muro. 


Você deve estar se perguntando o que eu escrevi. Pois bem, eu contribuí com a minha sabedoria, para iluminar o caminho de todos que se sentissem tocados pela aquela tragédia. Preparem-se.

Agora guerras nunca mais acontecerão. De nada.

Não consegui entender quase nada que o taxista/guia falava porque ele tinha o sotaque mais impossível do planeta, mas deu pra captar que cada lado, quando um acordo foi feito que acabou com o conflito, pintou, desenhou, esculpiu, colou, enfim, fizeram memoriais de seus respectivos heróis. No lado protestante a parede lateral de várias casas são pintadas, e cada uma delas tem uma história. Uma delas mostra um homem que uma vez, como presente de aniversário para um amigo dele, assassinou uma católica que trabalhava numa farmácia. Aliás, aqueles que eram "executadores" usavam uma corrente de ouro no pescoço. Status.

Aqui tem uma das paredes do bairro protestante:

E uma do lado católico:

O lado católico é ligeiramente mais arrumado, e tem um pequeno memorial com as pessoas que morreram. Também tem várias paredes com pinturas.


Por enquanto é só, senhoras e senhores.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O dia em que eu conheci os Vlogbrothers

Se você não tem a menor ideia de quem são os Vlogbrothers, sugiro que assista algum video deles tipo esse http://www.youtube.com/watch?v=fHMPtYvZ8tM ou/e esse http://www.youtube.com/watch?v=n1Zvv5YBjLw

ENTÃO.

- Se quiser pular a breve história sobre como eu fiquei sabendo desse evento, é só começar a ler depois das três linhas em Caps Lock que tem ali em baixo- 

Um belo dia - para ser mais exata, dia 3 de janeiro- eu estava no computador, num pequeno albergue em Fort William, na Escócia, quando eu vejo esse post de uma companheira intercambista aqui em Chi:

Instantaneamente meu coração começou a bater mais rápido, e eu inciei uma frenética procura por esse evento sobre o qual eu não sabia, porque não fico stalkeando o John e o Hank, e, se eles mencionaram esse evento em algum video, não assisti. Graças ao pai Google, achei o evento e fui imediatamente procurar minha mãe no Facebook para implorar que ela comprasse um ingresso pra mim.

Descobri que o John Green ia fazer um tour do livro mais novo dele, o The Fault in Our Stars, no Reino Unido, e que o irmão dele, o Hank Green, ia junto. Entrei na página do evento de Londres, que era o mais perto,e  fui lá comprar o ingresso, toda feliz.

ENTRETANTO, quando cliquei no mapa de lugares disponíveis, estava tudo cinza, OU SEJA, lotado. Toda a minha animação foi pro bréu. Fui lá chorar pra Gabriele e ela me disse que quando foi comprar também tava lotado, mas de tanto dar F5 na página um assento vago apareceu e ela comprou (não foi bem assim, mas dá pra entender). Depois de uns 15 minutos e uns 500 F5s, ACONTECEU. Apareceram cadeirinhas azuis (ou verdes. Ou amarelas. Sei lá. Não é importante.). Novamente, meu coração disparou e eu fui desesperada falar com a minha mãe.

DAÍ TUDO DEU CERTO, EU COMPREI O INGRESSO E FIQUEI MUITO FELIZ E GRITEI E TODO MUNDO QUE TAVA NA SALA DE ESTAR DO ALBERGUE ENCAROU, UM CARA RIU DA MINHA CARA E EU ABRACEI A BRUNA.

Mas enfim. O evento foi esse domingo,e esse post é só sobre ele. Porque foi incrível e eu não quero esquecer. Felizmente para os meus dedos e sua preguiça de ler, eu fiz minhas amigas me filmarem explicando tudo que aconteceu no evento logo quando eu as encontrei depois, porque tudo ainda estava fresco na minha mente.

Fiz dois videos, na verdade, o primeiro falando brevemente sobre o evento e focando mais na sessão de autógrafos, e o segundo explicando um pouco melhor do que aconteceu no evento em si.

Um aviso sobre o video: Eu estou bem feliz e incoerente no começo.

O primeiro é esse. http://www.youtube.com/watch?v=6OLvX3hMCiU

Aliás, o motivo pelo qual eu tive que mentir é que nós precisávamos pegar o trem às 21:17, que era o último que passava lá em Chichester e na minha estação (Nutbourne).
E outra coisa, The Proclaimers é uma banda de gêmeos idênticos escoceses, e a música que eles tocaram é essa http://www.youtube.com/watch?v=tbNlMtqrYS0

O segundo é esse. http://www.youtube.com/watch?v=euan1ipfNK0&feature=youtu.be

FOTOS: